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Uma Campeã exemplar aos 73 anos

Joaquina Flores tem 73 anos e é uma das atletas veteranas mais medalhadas do nosso país. A paixão pelo atletismo surgiu ao 49 e desde então o número de medalhas não parou de aumentar. Tem 23 medalhas internacionais de ouro, 18 de prata e 11 de bronze que se somam as várias taças e medalhas nacionais. A REVIVER foi passar uma tarde com Joaquina e o seu marido Januário e saber um pouco mais da vida desta grande atleta, que dignifica o seu país sem qualquer tipo de apoio.

Já passa um pouco das 17 horas. Chegamos ao jardim da Arrentela para conhecer a recordista do mundo de maratona em veteranos. Maria Joaquina Flores recebe-nos com um sorriso no rosto e com a sua simplicidade.  Acabou de regressar dos Jogos Olímpicos em Torino, Itália, com três medalhas de ouro. Acompanhada pelo marido, Januário Flores, descreve o sentimento desta conquista com bastante humildade. “Venho feliz com as três medalhas de ouro. Foram as três categorias que concorri e consegui ganhar as três. Mas depois até me esqueço, tenho tanta coisa para fazer aqui, tenho que cuidar da casa, do meu marido e empresário e do meu neto”. Com 52 medalhas internacionais e inúmeras nacionais, Joaquina explica que não tem nenhuma preferida. “Eu aplico-me da mesma forma em todas as provas que vou. Por isso todas as medalhas têm o mesmo gosto. O que me marca são os gestos das pessoas, principalmente das crianças. Uma vez em Fernão Ferro ganhei uma prova e um rapaz com cerca de 8 anos deu-me uma pastilha muito orgulhoso. Em Santa Maria da Azóia uma menina pequenina apanhou-me um malmequer. Ainda guardo com estima esses presentes. O que importa é o simbolismo, não são as taças”. Hoje em dia treina sozinha, adaptou um plano de treino que o seu irmão lhe fez. Mas aos 49 anos, quando despertou para o atletismo teve que ser desafiada. “Nessa altura eu era agente comercial de vestuário, tapeçaria e mobiliário. Como sei fazer um pouco de tudo, fazia desde vestidos de cerimónia, calças e outro tipo de vestuário entre muitas outras coisas. Eu costumava levar o meu irmão aos treinos de atletismo e depois trazia-o. Um dia enquanto estávamos à espera que ele acabasse de treinar, ele convidou-nos para correr em vez de ficar a vê-lo. Comecei por fazer uma volta à pista e a partir daí nunca mais parei”. Fala-nos do tempo em que os dois competiam juntos, chegando os dois a conquistar medalhas de ouro. “Quando fomos aos Estados Unidos juntos, tanto eu como ele trouxemos a medalha de ouro. Mas recordo-me bem da nossa primeira corrida juntos, a minha filha também foi. Consegui ficar em terceiro lugar geral, podia ter ficado melhor classificada, mas tinha que ajudar a minha filha a continuar. O meu irmão acabou a prova e ia voltar para trás à nossa procura, mas mal olhou para trás, lá estávamos nós a chegar”, diz sorrindo. Desde essa altura que ganhou o gosto pela competição. Começou a sentir-se bem consigo e a ganhar cada vez mais vezes. São 24 anos de dedicação ao atletismo, representou Portugal por vários continentes, e já perdeu a conta de quantas vezes subiu ao pódio e ergueu a sua bandeira. Mas confessa que é um grande esforço ser atleta veterana portuguesa, devido à falta de apoio e reconhecimento destes campeões. “ Não é fácil ter que pagar as deslocações para os Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos do nosso bolso. O que vale é aqui o meu empresário, marido e amigo que patrocina as minhas provas. Se não fossemos poupados, não tinha como competir. Ainda tivemos uma ajuda financeira da Junta de Freguesia de Moscavide, mas esta já terminou. Pago as quotas à federação e nem uma camisola a mais tenho para competir. Nestes Jogos Olímpicos tive que lavar o equipamento à noite para vestir na prova do dia seguinte. Tenho que confessar que é triste, pedirmos uma camisola para representar o nosso país e ser-nos negada. Não nos dão valor depois de tudo o que fazemos e das medalhas que trazemos para Portugal”.
Joaquina Flores é recordista do Mundo de Maratona, de cross, de 10 mil metros e de 5 mil metros em pista. No seu país, poucos são aqueles que divulgam o seu mérito. Mas no estrangeiro, Joaquina, já recebeu diversas alcunhas devido à sua excelente prestação em todas as provas que participa.

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